segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Jaru - Cemitério da cidade tem a possibilidade de estar contaminando águas subterrâneas com Necrochorume

Você já se imaginou bebendo água contaminada por resíduos de cemitério?

Moradores vizinhos do cemitério estão preocupados com uma possível contaminação do solo e lençóis d’água por Necrochorume, o fluído dos mortos.

Trata-se do líquido liberado de corpos em decomposição que estão enterrados em sepulturas, o líquido é viscoso, escuro e com forte odor desagradável e tem um enorme potencial de contaminação do solo e das águas com bactérias, vírus, entre outras substâncias muito tóxicas como a putrescina cadaverina.

Em entrevista a dona de casa Terezinha e seu filho Odenir que trabalha de frentista, Odenir relatou que pediu pra secretaria de vigilância sanitária providenciar análise da água de poço de sua casa e da torneira, relatou que após isso foram 3 pessoas da prefeitura pegaram amostras de água.

Odenir  relatou que foi a prefeitura posteriormente para pegar o resultado, disseram que não deu nada de errado, que não, a água não estava contaminada, mas também não recebeu nenhum laudo por escrito e nem mesmo mostraram algum documento sequer.

A nossa reportagem visitou também uma chácara que faz fundo com cemitério, fomos atendidos pela dona Maria Rodrigues Vieira e José Cacio Vieira, disseram que a filha do casal, Rosilei foi ate a prefeitura isso coisa de mais de um ou dois anos para pedir analise de água mas nunca foi atendida.

A preocupação se dá pelo fato de que a água consumida vem apenas de poço comum e de existir um lago no fundo do cemitério com água corrente nas terras pertencentes a dona Maria e o Sr. José, pois acreditam que a nascente tem a possibilidade de estar dentro ou muito próximo as imediações do cemitério da cidade.

Com isso gostariam de ter sanadas dúvidas em relação a possibilidade de contaminação, uma vez que é sabido que em muitos lugares do Brasil já ocorrem impactos ambientais por contaminação de metais pesados em águas subterrâneas provenientes de cemitérios em locais urbanos podendo ter a forte possibilidade de causar riscos a saúde.

Verificar a necessidade de estudos geológicos e hidrogeológicos do local tendo em vista que existe uma área profunda do cemitério em questão ao qual pode estar ligado possivelmente a uma nascente ou se não estar bem próximo pois o lago em questão fica em uma media de distancia de 200 a 300 mts. do cemitério.

A Resolução 335 da CONAMA de 03 de abril de 2003, obriga os cemitérios a terem sistemas para tratar os resíduos de necrochorume, mas ocorre que a maioria deles não apresenta estanqueidade em seus túmulos e por esta razão há um vazamento natural do necrochorume.

Tal líquido pode atingir as águas subterrâneas, lençóis freáticos que consequentemente pode atingir os rios ou até mesmo serem captadas por meio dos poços artesianos e contaminar consideravelmente quem consumir este tipo de água.

Pouca gente sabe, mas o necrochorume, líquido eliminado por cadáveres por no mínimo seis meses, pode comprometer o meio ambiente e causar problemas de saúde se não for devidamente tratado. A substância, de cor acinzentada, cheiro acre e fétido, é formada por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, duas delas, aliás, altamente tóxicas: a putrescina e a cadaverina.

O tempo para decomposição do cadáver é em média de 3 anos podendo variar conforme a idade do falecido, forma que houve o óbito, doenças que teve e remédios tomados

De acordo com Maria Rosí Melo Rodrigues, engenheira sanitarista da Tegeve Ambiental, empresa especializada em saneamento ambiental, os microorganismos liberados durante o processo de apodrecimento dos corpos pode transmitir doenças por meio da ingestão ou contato com água contaminada pelo necrochorume. “É assim que muitas pessoas podem acabar sendo vítimas de enfermidades como hepatite, febre tifóide, paratifóide, tuberculose e escarlatina, entre outras”, afirma.

Uma alternativa é que os cemitérios tenham estações de tratamento para o necrochorume. Com o tratamento, todo o líquido é encaminhado para um sistema de drenagem devidamente projetado para evitar contaminação do solo, e desta drenagem segue até as unidades de tratamento que removem as cargas orgânicas mais tóxicas e lança no corpo hídrico um efluente menos impactante ao meio ambiente, conta a engenheira, ressaltando que os benefícios do tratamento são diversos, mas principalmente a proteção e a manutenção da qualidade de nosso meio ambiente e a proteção à saúde da população, o que é incontestável. 
  
Ao longo da historia, o tratamento dado aos corpos dos mortos varia, contudo, o mais utilizado ultimamente é o enterro dos mesmos em cemitérios. Foi constatada na antiguidade que esta pratica contamina fontes de água próximas a esses locais. No inicio do século XVIII, foram criadas legislações no Brasil proibindo o sepultamento em igrejas e zonas urbanas, demonstrando a preocupação com a saúde publica.

Atualmente, o Conselho Nacional de Meio Ambiente possui duas resoluções que discorrem sobre os aspectos construtivos dos cemitérios, devido ao processo de decomposição do cadáver no qual é liberado o necrochorume, líquido composto por água, sais minerais e substancias orgânicas, responsável pela contaminação do solo e aqüíferos subterrâneos.

O cadáver fica infestado de bactérias, vírus e microorganismos patogênicos com capacidade de infiltração no solo com ajuda hídrica. Mesmo com densidade superior a da água, ainda não é conhecida a mobilidade do necrochorume no solo. Visando a manutenção da qualidade ambiental, é necessário escolher criteriosamente o local de implantação e métodos de construção dos cemitérios, através de estudos geológicos e sanitários das áreas e verificação das possibilidades de contaminação do solo e água subterrânea.






















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